Realizando o sonho de criança
Por Renan Martins Frade
Sabe quando você alimenta o sonho distante de trabalhar, um dia, com uma marca ou empresa? E esse sonho finalmente acontece? Pois será esta a história que vou contar para vocês agora, envolvendo a minha passagem pelos canais pagos da Turner Broadcasting System.
Confesso que nunca fui uma criança muito normal. Quando assistia aos desenhos animados na TV, prestava atenção até nos créditos.
Foi nessas letrinhas miúdas e vinhetas de três segundos que descobri o nome Hanna-Barbera, estúdio de animação fundado por William Hanna e Joseph Barbera nos anos 1950 – responsável por criar animações como “Zé Colmeia”, “Os Flintstones” e “Scooby-Doo”. Tornei-me fã, e o mesmo aconteceu com o canal onde vi todas essas séries: o Cartoon Network.
Ao crescer um pouco mais e pesquisar sobre o assunto, descobri que aquelas duas empresas estavam interligadas. Afinal, a Turner havia adquirido a Hanna-Barbera em 1991 e, pouco depois, lançado a emissora para explorar o vasto catálogo que tinha em mãos.

Esse ciclo se completou quando, muitos anos depois, fui convidado para trabalhar na Fundamento Comunicação Corporativa – atuando como gerente da unidade responsável por cultura e entretenimento. O cliente principal? Ela mesma, a Turner Broadcasting System.
O que é a Turner Broadcasting System?
Aqui vale uma explicação maior, caso você não conheça a empresa. Fundada nos anos 1980, a Turner é uma programadora de canais de TV por assinatura pioneira nos EUA e no Brasil. Tudo começou com o TBS e a CNN, e depois evoluiu para um império com marcas como TNT, Boomerang, Tooncast, TCM, Space e diversos outros, além do Cartoon Network. No Brasil, eu ainda cuidaria da comunicação do Warner Channel.
Sim, porque a Turner, desde meados dos anos 1990, foi absorvida pela então Time Warner – hoje Warner Bros. Discovery. Atualmente, a Turner acabou incorporada totalmente pela dona, que opera diretamente os canais pagos.
Ok, eu me adiantei um pouco no tempo. Vamos voltar para a minha passagem pela Fundamento.
Meu trabalho com a Turner

Como gerente, minha principal missão era planejar e garantir a execução do relacionamento do cliente com a imprensa. Como havia herdado um trabalho muito bem feito pelo meu antecessor, ampliar ainda mais essa cobertura era um grande desafio.
Naquele tempo, vivíamos a grande ascensão de consumo da TV por assinatura. Os canais da Turner contavam com um vasto acervo de catálogo e lançamentos, e mudanças importantes estavam ocorrendo para ampliar a relação com esse novo perfil de consumidor que havia chegado.
Por isso, investi em uma maior exploração da programação, armando os jornalistas ainda mais com informações sobre o que estava na grade – já que eles também queriam surfar aquela onda de popularidade. Além disso, fechamos pautas sobre o novo rumo da programadora, entre outros assuntos.
Minha função também envolvia junkets, quando a Turner trazia ao Brasil estrelas de suas séries – e papel da agência era não só planejar a melhor forma de garantir um grande alcance dessa presença, como também convidar e operacionalizar as entrevistas dos jornalistas com os talentos que vinham ao nosso país.
Resultados
Do ponto de vista do meu crescimento profissional, tive a oportunidade de entender de perto o funcionamento de uma programadora – e isso no auge da televisão por assinatura. Foi uma experiência valiosa, que me proporcionou grandes aprendizados sobre a indústria do entretenimento – e que me ajudaria muito em futuras oportunidades, como com a Netflix.
Já por meio do nosso esforço de comunicação, em pouco tempo ampliamos a presença da Turner e de seus canais em quase 30% da imprensa brasileira.
Infelizmente, guardei muito pouco desses clippings – mas você pode conferir alguns a seguir.