Uma aventura – com muito resultado – pelas ondas do rádio
Por Renan Martins Frade
Nunca vou esquecer aquele dia. Estava na minha primeira reunião com meu maior cliente, em um emprego para o qual tinha sido recém-contratado. Havia um clima de tensão no ar, já que a Metropolitana FM não tinha clipping há meses. Os diretores estavam irritados. Foi então que o dono da agência de assessoria de imprensa, que estava ali presente, colocou a mão no meu ombro e disse: “Contratei o Renan para resolver os seus problemas”. Era a segunda vez na vida que ele me via.
O tempo mostrou que ele estava certo.
Trabalhei por cerca de três anos com a rádio Metropolitana, uma das emissoras jovens mais ouvidas de São Paulo. Herdei esse desafio com escassa presença na mídia, mas, em questão de meses, entregava relatórios de clipping com mais de 200 inserções.
Planejamento e estratégia
O trabalho começou identificando o potencial daquela conta. Até então, o posicionamento da Metrô (o seu apelido carinhoso) era como um veículo tradicional. É difícil conseguir espaço assim, já que o restante da imprensa — TV, internet ou impresso — tende a enxergar a rádio como concorrente.
Porém, notei que a emissora tem em sua natureza um diferencial quando comparada às outras mídias: a atenção dos músicos. Afinal, esses profissionais querem um lugar na programação para emplacar suas canções, algo que movimenta a sua roda virtuosa para terem mais oportunidades de shows e público. É quase como uma relação simbiótica. Um lado precisa do outro.
Só que isso não ocorre com outros tipos de veículos, que possuem menos acesso a cantores e cantoras. Pronto, era isso: o papel da comunicação aqui precisava ser criar pontes entre esses jornalistas e as oportunidades (que eram muitas!) com os famosos nos estúdios do cliente.
Para os objetivos da empresa, também era perfeito: essa presença fortaleceria a marca em outros meios, atraindo não só ouvintes, mas fixando o nome Metropolitana FM junto ao público – algo que também é importante para fins de medição de audiência.
Em pouco tempo, a Metrô estava bombando na imprensa. Estávamos nos principais jornais e sites. Viramos “figurinha carimbada” na Rede TV! e na TV Cultura, o que se alinhava com os objetivos de divulgação.
No gargarejo
Os shows eram a parte mais divertida. Teve de tudo: Dinho Ouro Preto sem camisa, sorrindo e solícito com todos, e Chorão saindo do palco de skate para dar entrevista – suado e cansado, chegou até a se apoiar em mim enquanto falava com os jornalistas.
Às vezes, depois do trabalho realizado, dava para curtir um pouco a apresentação da vez:
Outro caso memorável foi nos 70 anos do Pacaembu, que teve promoção da rádio. Quase não houve empenho da comunicação pública, então coube a mim viabilizar muito daquela cobertura na imprensa para garantir a exposição da marca da emissora. Deu certo, e ainda tive a oportunidade de ficar na beira de campo no jogo das estrelas do passado — vendo, ali da linha lateral, até Serginho Chulapa marcar um gol de pênalti em Ronaldo Giovanelli.
Também ampliei a presença da Metropolitana em outras frentes, incluindo nas ações promocionais, parcerias comerciais, conquistas de audiência, acontecimentos e shows. Atuando no backstage, ajudei a viabilizar grandes eventos. Consegui até a publicação de torneio de videogame com “naming rights”, antes disso se tornar tendência.
Aprendendo o lado “business” do rádio
No meu crescimento pessoal, pude ver de perto como uma emissora de rádio funciona e entender mais dos bastidores de um negócio que é complexo, mas também prazeroso e tem, sim, o seu glamour. Foi uma passagem importante para, depois, me especializar nos negócios da mídia e do entretenimento.
Trabalhar nunca foi tão divertido.
Alguns resultados na imprensa
Infelizmente, poucos clippings restaram da minha passagem pela Metropolitana. De qualquer forma, você pode conferir alguns resultados a seguir. Clique nas imagens para ampliar.