Uma das grandes notícias da semana é que a Netflix “afastou” Karla Sofía Gascón, de “Emilia Pérez”, da campanha do Oscar. Mas você sabe como funciona esse tipo de iniciativa?
Na semana passada, publiquei uma reportagem na minha coluna no UOL, a Na Sua Tela, explicando como um filme pode se tornar elegível para a maior premiação do cinema mundial. No texto, detalho as etapas, os desafios e as obrigações para quem quer ser indicado – e, claro, vencer.
O exemplo usado foi o de “Ainda Estou Aqui”, longa-metragem brasileiro indicado ao prêmio da Academia. No entanto, os passos são quase que os mesmos para “Emilia Perez”. A principal diferença é o começo: trata-se de uma indicação da França e que foi selecionada no Festival de Cannes. Ah, claro, tem também um investimento muito maior na divulgação e nas campanhas de “for you consideration” (FYC), graças ao grande orçamento da Netflix para esse fim.
Seja como for, você vai entender o impacto de excluir a protagonista do longa, indicada a Melhor Atriz, desse esforço. De um lado, praticamente se abre mão das chances nessa categoria. Do outro, tenta-se ao menos salvar o restante da campanha.
É quase como um jogo de xadrez.
Meu pitaco final: muita gente está vendo esse “abandono” da Karla Sofía Gascón por parte da Netflix como um favoritismo para Fernanda Torres, de “Ainda Estou Aqui”, entre as atrizes principais. Nada disso. A favorita era – e continua sendo – Demi Moore, de “A Substância”. Mas a esperança é a última que morre…